Diário do Alentejo

“Eu acho que a criação deste Clube Unesco pode ser um gatilho para que a classificação [de Mértola como património mundial da humanidade] avance, até à sua conclusão”

11 de janeiro 2025 - 08:00
Foto| DR

Três Perguntas a Jorge Pulido Valente, presidente da Associação dos Moradores do Centro Histórico de Mértola

A propósito da assinatura do protocolo, na próxima segunda-feira, dia 13, entre a Associação dos Moradores do Centro Histórico de Mértola e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para a criação do Clube Unesco na vila mertolense o “Diário do Alentejo” conversou com o presidente da associação, Jorge Pulido Valente, sobre a importância desta parceria, a possível resolução de alguns dos constrangimentos do centro histórico de Mértola e o “passo importante” para a classificação da vila como património mundial da humanidade.

 

Texto | José Serrano

 

Será assinado, na próxima segunda-feira, dia 13, entre a Associação dos Moradores do Centro Histórico de Mértola e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) um protocolo para a criação do Clube Unesco de Mértola. Qual a importância, para Mértola, desta parceria?A parceria é importante em termos daquilo que será a intervenção no Centro Histórico de Mértola, mas não só, porque as atividades que este Clube Unesco vai desenvolver aplicam-se a todo o concelho. Serão sobretudo ações de dinamização e capacitação das populações, no sentido da valorização e proteção do seu património sociocultural. Através da ligação que estabelecemos com a Unesco poderemos, ainda, divulgar as nossas iniciativas na rede de clubes Unesco, com uma dimensão internacional, e beneficiar de apoio técnico, do ponto de vista de recursos humanos, na dinamização das nossas atividades. Contar com a rede Unesco é um privilégio.

 

Poderá esta iniciativa contribuir para a resolução de alguns dos constrangimentos do centro histórico de Mértola que têm vindo a ser elencados pela associação de moradores, nomeadamente, a fiscalização de trânsito de não residentes e a dificuldade de obras de reabilitação?Esperamos que sim, embora não seja esse o foco principal deste clube Unesco. De qualquer forma, uma vez que Mértola tem pendente, já há longos anos, uma candidatura para classificação como património da humanidade [Mértola está incluída, desde 30 de maio de 2016, na Lista Indicativa de Portugal ao Património Mundial pela Comissão Nacional da Unesco], este Clube Unesco pode dar um contributo importante aos níveis do planeamento e da ação, respeitantes à promoção do centro histórico, da resolução dos problemas estruturais que o centro histórico tem e, ainda, da valorização dos aspetos socioculturais e humanos inerentes à vida do centro histórico de Mértola.

 

Considera que a criação do Clube Unesco de Mértola poderá significar um passo importante na classificação da vila como património mundial da humanidade?Assim esperamos. Certamente que a Unesco espera da parte do clube uma intervenção, no sentido de ajudar a resolver os constrangimentos que se têm colocado a este processo de classificação. Sobretudo de mobilizar a vontade política e dos cidadãos para aquilo que é necessário fazer, de forma a conseguirmos que esse processo tenha um resultado favorável. Um processo que tem estado um bocado parado, não sabemos bem porquê. Já questionámos a câmara municipal várias vezes e ou não obtemos resposta ou a que nos dão é que “o processo está em curso”… Eu acho que a criação deste clube Unesco pode ser um gatilho para que a classificação avance, até à sua conclusão. Seria muito importante para Mértola esse reconhecimento.

Comentários